O deep learning (DL) (aprendizagem profunda) é uma subcategoria de machine learning que se baseia na ideia de ensinar os computadores a realizar tarefas complexas através da emulação do funcionamento do cérebro humano.1 O termo "profundo" em DL refere-se à utilização de redes neurais profundas, que são sistemas de aprendizagem de máquina compostos por várias camadas de unidades interconectadas, chamadas neurônios artificiais.
As redes neurais são um dos pilares fundamentais da IA, espelhando o funcionamento do cérebro humano para resolver problemas complexos de forma eficaz. Inspiradas pela estrutura e funcionamento dos neurônios do nosso sistema nervoso, as redes neurais artificiais têm sido uma ferramenta poderosa no campo da aprendizagem de máquina.
Para entender as redes neurais, é útil primeiro entender os neurônios. Neurônios são as células básicas do cérebro humano responsáveis pela transmissão de informações. Eles recebem sinais elétricos de outras células, processam esses sinais e, se a entrada exceder um certo limiar, emitem um sinal elétrico de saída para outras células. No cérebro humano, os neurônios estão organizados em camadas interconectadas dentro do córtex cerebral. Essas camadas formam redes complexas que processam informações de entrada e geram respostas de saída. Cada camada pode ser especializada em diferentes tipos de processamento, desde a detecção de padrões simples até a tomada de decisões complexas. Por exemplo, na visão, as informações visuais são processadas por várias camadas de neurônios no córtex visual. As camadas iniciais podem detectar características simples, como bordas e cores, enquanto camadas mais profundas podem combinar essas características para reconhecer objetos complexos.2
As redes neurais artificiais, usadas em inteligência artificial (IA), são projetadas para imitar essa organização em camadas de neurônios biológicos. Cada camada em uma rede neural artificial consiste em um conjunto de neurônios artificiais (também chamados de unidades) interconectados. Imagine uma rede neural artificial como uma rede de neurônios interconectados, onde cada neurônio artificial é como uma versão simplificada de um neurônio humano. Assim como os neurônios reais, os neurônios artificiais recebem entradas, processam essas entradas e produzem uma saída. A conexão entre os neurônios é representada por pesos, que determinam a importância de cada entrada para o neurônio.3
Assim como as camadas de neurônios biológicos, cada camada em uma rede neural artificial pode ser especializada em diferentes aspectos do processamento de informações. Por exemplo, em uma rede neural convolucional (CNN), usada para tarefas de visão computacional, as primeiras camadas podem detectar características simples, como bordas e texturas, enquanto as camadas mais profundas combinam essas características para reconhecer objetos complexos.3 Além disso, assim como os neurônios biológicos se comunicam por meio de sinapses, as conexões entre os neurônios artificiais em uma rede neural são representadas por pesos. Durante o treinamento da rede neural, esses pesos são ajustados para que a rede possa aprender a representar e processar os dados de entrada de maneira eficaz, da mesma forma que o cérebro humano aprende com a experiência.
O verdadeiro poder das redes neurais é revelado no conceito de aprendizagem profunda. Aqui, as redes são estruturadas em múltiplas camadas ocultas, permitindo que o modelo aprenda representações hierárquicas de dados. Em cada camada, características abstratas são extraídas em diferentes níveis de complexidade, assimilando a complexidade do mundo real de maneira escalável.
No aprendizagem supervisionada, as redes neurais são treinadas com um conjunto de dados rotulado, onde cada entrada está vinculada a uma saída conhecida. Durante o treinamento, a rede ajusta seus parâmetros para minimizar a discrepância entre suas previsões e as saídas reais. É como ensinar um algoritmo a reconhecer padrões, dando-lhe exemplos claros para aprender. O deep learning tem encontrado seu lugar em várias aplicações práticas, desde reconhecimento de imagens e vídeos até processamento de linguagem natural e avanços na medicina. Sua capacidade de aprender com grandes conjuntos de dados, interpretar padrões complexos e generalizar para novas situações o torna um aliado poderoso em diversas áreas.
Redes Neurais Artificiais (RNAs ou ANN - artificial neural networks - em inglês): As redes neurais artificiais são modelos computacionais inspirados no sistema nervoso central dos animais. Elas consistem em uma coleção de unidades interconectadas, chamadas neurônios artificiais, que processam informações através de conexões ponderadas. Cada neurônio recebe entradas, aplica uma função de ativação aos dados e passa a saída para outros neurônios.
Aprendizagem supervisionada: Na aprendizagem supervisionada, o modelo é treinado em um conjunto de dados rotulado, onde cada entrada está associada a uma saída conhecida. Durante o treinamento, o modelo ajusta seus parâmetros para minimizar a diferença entre suas previsões e as saídas reais.
Aprendizagem profunda: O DL refere-se a modelos de redes neurais com múltiplas camadas ocultas. Essas camadas intermediárias permitem que o modelo aprenda representações hierárquicas de dados, capturando características abstratas em diferentes níveis de complexidade. Nesse caso, quanto mais camadas ocultas, mais complexo será o programa ou sistema. Todos os neurônios artificiais possuem pelo menos três camadas: uma de entrada, uma oculta, e uma de saída
Redes Neurais Convolucionais (CNNs): As CNNs são amplamente utilizadas em tarefas de visão computacional, como reconhecimento de imagens e detecção de objetos. Elas aplicam operações de convolução para extrair características das imagens e são capazes de aprender padrões espaciais invariantes, tornando-as eficazes para lidar com dados de alta dimensionalidade.4
Redes Neurais Recorrentes (RNNs): As RNNs são projetadas para lidar com dados sequenciais, como séries temporais ou texto. Elas possuem conexões recorrentes que permitem que as informações persistam ao longo do tempo, o que é crucial para modelar dependências de longo prazo em sequências.4
Redes Generativas Adversariais (GANs): As GANs são compostas por duas redes neurais concorrentes: o gerador e o discriminador. O gerador cria amostras de dados que são indistinguíveis das reais, enquanto o discriminador tenta distinguir entre as amostras geradas e as reais. Esse jogo de adversários resulta em um aprimoramento contínuo da capacidade do gerador de produzir amostras autênticas.4
Apesar do DL ter alcançado avanços significativos em diversas áreas, ainda existem desafios a serem enfrentados. Esses desafios incluem a interpretabilidade dos modelos, a necessidade de grandes conjuntos de dados rotulados e questões éticas relacionadas ao uso de tecnologias de inteligência artificial. De toda maneira, esse é um futuro promissor, com pesquisas em andamento. Essas inovações têm o potencial de tornar o deep learning mais acessível, eficiente e ético, impulsionando seu impacto em diversas áreas da ciência e da sociedade.